Quando a Dor Tem Nome — Guia sobre Ansiedade, Pânico e Tratamento
Quando a Dor Tem Nome

Introdução
Crescer sem referências de afeto, enfrentar traumas na infância ou carregar dores não explicadas pode abrir caminho para doenças invisíveis: ansiedade crônica, pânico, fobia social e transtornos de apego. Muitas pessoas acreditam que “é normal sofrer” ou que se trata de algo espiritual. Este guia mostra que não: trata-se de condições médicas, com causas biológicas e tratamento gratuito disponível no SUS.
Mensagem essencial: não é fraqueza nem castigo. É algo tratável — procure o posto de saúde (UBS) ou um CAPS se estiver em crise.
Um testemunho anônimo
“Desde muito cedo enfrentei perdas e rejeições. A dor era tanta que achei que viver ansioso, em pânico e com medo das pessoas era simplesmente normal. Passei anos acreditando que não havia saída. Somente na vida adulta descobri que tudo se tratava de uma doença — e que havia tratamento. Com acompanhamento médico, medicação e terapia, os sintomas desapareceram. Hoje vivo leve e em paz. Se eu tivesse sabido antes, teria sofrido menos. Por isso, deixo este recado: não espere, procure ajuda o quanto antes.”
O que acontece no cérebro
Emoções dependem de neurotransmissores — substâncias que fazem os neurônios se comunicarem. Quando há desequilíbrio (como falta ou excesso de serotonina, dopamina ou adrenalina), surgem sintomas: ansiedade, crises de pânico, tristeza, irritabilidade. Não é maldição nem fraqueza: é biologia. E pode ser tratado com medicação e psicoterapia.
Sintomas comuns
- Preocupação persistente, insônia ou tensão constante;
- Crises de pânico (palpitações, falta de ar, sensação de descontrole);
- Isolamento e medo de contato social (fobia social);
- Dificuldade de apego, desconfiança intensa (transtorno de apego reativo);
- Irritabilidade, sensação de vazio e perda de interesse.
Tratamento: o caminho prático
- Procure a Unidade Básica/Posto de Saúde (UBS) — avaliação e encaminhamento para CAPS ou psiquiatria.
- Medicação — equilibra neurotransmissores e reduz sintomas intensos. Disponível pelo SUS mediante prescrição.
- Psicoterapia — ajuda a trabalhar traumas e estratégias de enfrentamento.
- Apoio da rede — grupos, familiares e serviços comunitários fortalecem a recuperação.
Em caso de crise ou risco imediato, procure pronto-atendimento ou CAPS 24h.
Perguntas frequentes (FAQ)
Como sei se tenho um transtorno de ansiedade ou apenas nervosismo?
Se a ansiedade é intensa, frequente, dura semanas/meses e atrapalha trabalho, estudo, sono ou relações, procure avaliação médica. Transtornos de ansiedade extrapolam a ansiedade normal do dia a dia.
É normal sofrer desde criança e só descobrir depois que era doença?
Sim, isso acontece com muitas pessoas. Quando sintomas aparecem cedo, a criança acha que “é normal” viver ansiosa ou com medo. Somente na vida adulta descobre que se tratava de um transtorno tratável. Quanto antes buscar ajuda, melhor é o resultado do tratamento.
O SUS oferece tratamento e remédios de graça?
Sim. A Atenção Primária (postinho/UBS) pode encaminhar para a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) — CAPS e serviços de saúde mental — e medicamentos podem ser fornecidos pelo SUS conforme prescrição médica.
Remédio resolve tudo?
Medicamentos podem controlar sintomas; a melhora completa costuma vir da combinação de medicação + psicoterapia + apoio social.
É verdade que ansiedade vem de “falta de proteína” no cérebro?
Há base biológica — desequilíbrios de neurotransmissores — mas o quadro é multifatorial: genética, trauma, ambiente e biologia interagem.
Posso começar pelo psicólogo no postinho?
Sim. Muitos postos oferecem psicólogos. Procure a Atenção Básica (UBS) para avaliação e orientações sobre encaminhamentos.
O que faço se tiver uma crise de pânico na rua?
Respire devagar, tente se sentar, foque em estímulos ao redor e busque ajuda imediata em serviço de saúde se for frequente ou houver risco.
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