Carroceiros bloqueiam vias do Recife em protesto por revogação de lei
Carroceiros bloqueiam vias do Recife em protesto por revogação de lei
Entenda o protesto dos carroceiros
Nesta segunda-feira (18), diversas vias do Recife foram tomadas por manifestações simultâneas de carroceiros. O movimento, que já vinha sendo articulado há algumas semanas, ganhou força após a intensificação da fiscalização da Lei nº 17.918/2013, que restringe o uso de veículos de tração animal em áreas urbanas. De acordo com os organizadores, mais de 300 carroceiros participaram dos bloqueios, interrompendo o tráfego em pontos estratégicos da capital pernambucana.
Quais foram os principais pontos de bloqueio
Entre os locais mais afetados estiveram a Avenida Agamenon Magalhães, um dos principais corredores viários da cidade, além da Avenida Norte, Avenida Sul e a Ponte José de Barros Lima. Motoristas relataram congestionamentos de até três horas, e passageiros de ônibus precisaram descer e seguir a pé para cumprir seus compromissos. A mobilização também gerou reflexos em bairros adjacentes, impactando o fluxo em áreas residenciais e comerciais.
O que os carroceiros reivindicam
Segundo os líderes do movimento, a categoria não é contra a modernização da cidade, mas pede alternativas concretas. Eles exigem a revogação da lei atual ou, ao menos, a criação de políticas públicas de transição. Entre as demandas apresentadas estão programas de capacitação profissional, incentivos para substituição das carroças por veículos motorizados e carteiras de saúde para os cavalos, garantindo melhores condições de bem-estar animal.
Impactos sociais e econômicos
Os carroceiros argumentam que a atividade é, para muitos, a única fonte de sustento. Famílias inteiras dependem da coleta de recicláveis e do transporte de mercadorias feito com animais de tração. A proibição, sem uma alternativa viável, pode levar centenas de trabalhadores à informalidade extrema. Além disso, o protesto reacende o debate sobre a preservação cultural da figura do carroceiro, que faz parte da identidade de várias comunidades urbanas.
A resposta das autoridades
A Prefeitura do Recife informou que mantém diálogo aberto com a categoria, mas reforçou a necessidade de cumprir a legislação vigente. A gestão municipal destacou que o objetivo da lei é garantir mais segurança no trânsito e reduzir os maus-tratos a animais. Já os manifestantes alegam que não foram devidamente ouvidos na elaboração da norma e cobram uma audiência imediata com o prefeito João Campos.
O futuro da mobilidade urbana
Especialistas apontam que o impasse evidencia a falta de planejamento urbano inclusivo. Enquanto cidades modernas buscam alternativas sustentáveis de mobilidade, trabalhadores que utilizam tração animal se veem marginalizados. A solução, segundo analistas, passa por políticas públicas de inclusão produtiva, programas de microcrédito e assistência técnica para que esses profissionais possam se reinventar no mercado.
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Fontes consultadas
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